O senador Renan Calheiros (MDB-AL) recebeu na quarta-feira (5), representantes das vítimas da Braskem na sede do MDB, no bairro de Jatiúca, em Maceió. Participaram do encontro o defensor público Ricardo Melro, o advogado Carlos Lima, representando a OAB Alagoas, além de pesquisadores e professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).
O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Associação dos Empreendedores do Pinheiro e região afetada, lideranças dos Flexais, Marquês de Abrantes e Pinheiro relataram ao senador Renan Calheiros toda a problemática em torno do crime socioambiental da Braskem. Eles também apresentaram propostas de acordo, que tem como prioridades:
1) Indenizações justas aos moradores e empreendedores afetados;
2) a grave situação dos moradores dos Flexais, Quebradas, Marquês de Abrantes e Vila Saem que necessitam serem realocados e indenizados;
3) a situação dos afetados na área de borda do Mapa de Risco que não receberam nenhuma reparação pelos danos causados pela Braskem;
4) o futuro das áreas afetadas pelo afundamento do solo;
5) a situação que envolve o cemitério Santo Antônio, localizado em Bebedouro, e onde as famílias foram lesadas perdendo os seus jazigos e não tem mais onde sepultar seus mortos.
A entrada do senador Renan Calheiros na defesa das vítimas da Braskem amplia a discussão sobre o assunto, que agora chega à esfera federal, no exato momento em que está sendo discutida a venda da Braskem.
senador declarou que se reuniu com moradores, representantes de associações dos bairros afetados e a Defensoria Pública "para ouvi-los e nos organizar para quantificar os danos e vamos na sequência fazer o encaminhamento ao Ministério Público e tentar sugeri algum encaminhamento que possa barrar essa movimentação acionária".
O empresário Alexandre Sampaio, que esteve presente na reunião, destacou que a Braskem não respeitou as diretrizes sobre remoção forçada estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). A ONU estabelece o valor de U$ 80 mil por vítima.
O procurador do Trabalho Cassio Araújo, uma das vítimas da Brakem, declarou: "A Braskem não pode ter lucro do prejuízo que causou a cidade e as pessoas. Isso é um acinte à cidade e às vítimas".
O alcance da tragédia ultrapassa ao que está circunscrito aos bairros. Está nas bordas do Mapa de Risco, que também sofreu com o afundamento do solo provocado pela mineração de sal-gema, como destaca o empresário Alexandre Sampaio. "Um exemplo são os moradores e empreendedores que estão na Rua Belo Horizonte e no Farol, que hoje não conseguem vender os seus imóveis porque perderam valor comercial. Empresas do entorno fecharam. Fora a situação dos Flexais e demais comunidades em isolamento socioeconômico", finalizou.
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