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Senador Renan Calheiros se reúne com vítimas da Braskem

Parlamentar promete tentar barrar venda da empresa caso vítimas não sejam ressarcidas

Por Gilson Neto em 06/04/2023 às 23:54:25

Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) recebeu na quarta-feira (5), representantes das vĂ­timas da Braskem na sede do MDB, no bairro de JatiĂșca, em Maceió. Participaram do encontro o defensor pĂșblico Ricardo Melro, o advogado Carlos Lima, representando a OAB Alagoas, além de pesquisadores e professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

O Movimento Unificado das VĂ­timas da Braskem (MUVB), Associação dos Empreendedores do Pinheiro e região afetada, lideranças dos Flexais, MarquĂȘs de Abrantes e Pinheiro relataram ao senador Renan Calheiros toda a problemĂĄtica em torno do crime socioambiental da Braskem. Eles também apresentaram propostas de acordo, que tem como prioridades:

1) Indenizações justas aos moradores e empreendedores afetados;

2) a grave situação dos moradores dos Flexais, Quebradas, MarquĂȘs de Abrantes e Vila Saem que necessitam serem realocados e indenizados;

3) a situação dos afetados na ĂĄrea de borda do Mapa de Risco que não receberam nenhuma reparação pelos danos causados pela Braskem;

4) o futuro das ĂĄreas afetadas pelo afundamento do solo;

5) a situação que envolve o cemitério Santo Antônio, localizado em Bebedouro, e onde as famĂ­lias foram lesadas perdendo os seus jazigos e não tem mais onde sepultar seus mortos.

A entrada do senador Renan Calheiros na defesa das vĂ­timas da Braskem amplia a discussão sobre o assunto, que agora chega à esfera federal, no exato momento em que estĂĄ sendo discutida a venda da Braskem.

senador declarou que se reuniu com moradores, representantes de associações dos bairros afetados e a Defensoria PĂșblica "para ouvi-los e nos organizar para quantificar os danos e vamos na sequĂȘncia fazer o encaminhamento ao Ministério PĂșblico e tentar sugeri algum encaminhamento que possa barrar essa movimentação acionĂĄria".

O empresĂĄrio Alexandre Sampaio, que esteve presente na reunião, destacou que a Braskem não respeitou as diretrizes sobre remoção forçada estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). A ONU estabelece o valor de U$ 80 mil por vĂ­tima.

O procurador do Trabalho Cassio AraĂșjo, uma das vĂ­timas da Brakem, declarou: "A Braskem não pode ter lucro do prejuĂ­zo que causou a cidade e as pessoas. Isso é um acinte à cidade e às vĂ­timas".

O alcance da tragédia ultrapassa ao que estĂĄ circunscrito aos bairros. EstĂĄ nas bordas do Mapa de Risco, que também sofreu com o afundamento do solo provocado pela mineração de sal-gema, como destaca o empresĂĄrio Alexandre Sampaio. "Um exemplo são os moradores e empreendedores que estão na Rua Belo Horizonte e no Farol, que hoje não conseguem vender os seus imóveis porque perderam valor comercial. Empresas do entorno fecharam. Fora a situação dos Flexais e demais comunidades em isolamento socioeconômico", finalizou.

Fonte: 082 NotĂ­cias

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