O agricultor irrigante Geraldo de Lima se dedica mais à produção do quiabo no inverno, entre o segundo e o terceiro trimestre, quando há pouca oferta do produto no mercado.
"Geralmente no verão eu planto pouco. Daí, quando está se aproximando do inverno, eu planto uma quantidade maior, que é quando geram os preços melhores", expôs Geraldo de Lima. Segundo ele, o frio do inverno faz a produtividade do quiabo cair até pela metade, diminuindo a produção e elevando o preço de compra. "Porque o quiabo gosta do calor, no verão ele produz muito e o valor cai",completou.
O produtor que tem 2,3 hectares com quiabo para colher a partir de maio, observou que alguns produtores abandonaram os pomares de ciclo longo, como a goiaba e a acerola, para investir no quiabo, que produz já a partir dos 60 dias após o plantio. Outro fator que incentivou o aumento da produção no primeiro trimestre é a qualidade do serviço oferecido ao irrigante. "Mas a irrigação desses últimos dias, com essa nova direção, está de parabéns. A irrigação está boa", informou Geraldo de Lima.
Revitalização do perímetro
Na Coderse, companhia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), o diretor de Irrigação, Júlio Leite, destaca o aumento da atenção dada à revitalização dos perímetros irrigados estaduais. Isso, segundo ele, já é reflexo da mudança que a empresa passou. "Deixamos de ser Cohidro, para ser algo maior. No caso da Diretoria de Irrigação, passamos a fazer obras e serviços para corrigir antigos problemas, aliado a um cronograma de manutenção mais efetivo", revelou.
No perímetro Califórnia foi onde as mudanças mais foram notadas. "Fizemos a limpeza e a recuperação de canais de irrigação, reservatórios, estradas e pontes. Corrigimos a drenagem na estação de bombeamento principal, e abrimos drenos em lotes, para eliminar excesso de água e o risco da salinização. Distribuímos mangueiras para o produtor adotar a irrigação localizada e diminuir o consumo de água. A partir de projetos feitos pelos agrônomos da Coderse", listou o gerente do Califórnia, Jonathan da Mota.
O investimento público feito no perímetro traz segurança para produtores que, como José Matos, investiram também na produção do quiabo o ano inteiro. "Eu me programo para colher o ano todo. Mas o meu foco maior de produção é a Semana Santa, o mês de Abril. Mas eu sempre tenho, não gosto de deixar faltar porque os clientes compram da gente três vezes por semana. Lá em Salvador, eu mesmo comercializo a minha produção", disse o agricultor irrigante que calcula que cerca de 90% da produção de Canindé vá para a capital baiana.
Fonte: Governo de Sergipe