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Cheia do Rio São Francisco deixa indígenas ilhados em Sergipe

Para chegar ou sair da comunidade, eles precisam fazer travessia arriscada.

Por Gilson Neto em 31/01/2023 às 17:48:07

Foto: Dany Xokó - moradora da Aldeia Xokó

Indígenas da Aldeia Xokó, no município de Porto da Folha, estão enfrentando dificuldades pra chegar e sair da comunidade, que fica na Ilha de São Pedro, Sertão de Sergipe. Segundo os moradores, com o aumento do nível do Rio São Francisco, após a abertura das comportas do Usina Hidrelétrica de Xingó, o acesso por uma estrada de terra foi coberto pela água. Eles denunciam que o transporte está sendo feito de forma improvisada e arriscada, inclusive, para levar pacientes a atendimentos de saúde.

"Nossa comunidade está ilhada devido ao rio, precisamos de barco para sair da comunidade hoje e não dispomos de nenhuma embarcação adequada para fazer o transporte desses pacientes. A única coisa que contamos são com embarcações pequenas e ruins. Nós estamos correndo risco de acontecer um acidente, uma tragédia", disse.

Os indígenas disseram que as lanchas que fazem o transporte em situações de cheia estão quebradas e paradas há cerca de três anos. Já os carros que levam os pacientes para atendimento médico não conseguem acessar à aldeia e precisam aguardar do outro lado do rio.

"A situação está grave agora. O rio encheu e a gente não tem transporte adequado no momento", lamentou.

O que dizem os envolvidos

O representante do Distrito Sanitário Especial Indígena de Sergipe e Alagoas, Ronaldo Pereira da Silva, disse que o acesso à aldeia é de responsabilidade do município de Porto da Folha e que a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Xingó foi comunicada com antecedência ao prefeito pela Defesa Civil, mas que providências não foram adotadas.

Também falamos com o representante da fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Josinaldo Ribeiro, que disse ter conversado com a Defesa Civil e que essa demanda foi passada para o município de Porto da Folha pra que providenciasse, em caráter emergencial, a contratação de uma embarcação pra ficar à disposição dos indígenas. Ele falou ainda que entrou em contato com a prefeitura informando que, se o problema não fosse corrigido, iria acionar o Ministério Público Federal (MPF) em Sergipe. Segundo Josinaldo, hoje um representante do município entrou em contato com ele pra garantir que essa questão vai ser resolvida.

Fonte: G1/SE

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