Dois dias de debates intensos entre movimentos sociais, intelectuais e representantes de governos e de chefes de Estado da América Latina e Caribe marcaram a volta da Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos. O evento encerrou esta semana, em Foz do Iguaçu, no Paraná.
O objetivo central da jornada é fortalecer novos caminhos para a integração regional com unidade popular, social e política.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macedo, foi escalado pelo presidente Lula para representá-lo. Falou sobre a necessidade de luta permanente contra as fakenews propagadas pela extrema direita não só no Brasil, mas no mundo inteiro e pela defesa sem trégua de toda a sociedade pela Democracia.
Para uma plateia de quase três mil pessoas, Macêdo afirmou que o evento " ocorre num momento de cerco político à democracia, no momento em que o mundo está em guerra, com mais de 20 conflitos.
Um momento em que a extrema direita se organiza em muitos países na defesa de ultranacionalismo que segrega e é preconceituoso. E temos uma visão contrária a essa cerco da democracia: queremos soberania, com integração entre nossos povos que vai além da integração econômica, que vai além da integração política, que vai além da nossa irmandade como gente latino-americana. Essa jornada diz não á guerra e sim à paz."
Macedo destacou os esforços do governo brasileiro e do presidente Lula, especialmente, para o cessar-fogo imediato em Gaza e o fim do que classifica como genocídio de palestinos. Em outro momento do discurso, o ministro lembrou de uma das marcas que o Brasil quer imprimir em sua presidência no G20, já em curso: a proposta de um modelo economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente sustentável para os povos. E reafirmou que nas eleições deste ano, no Brasil e em mais de 90 países, "é necessário que o recado que seja dado é que nós não abriremos mão da democracia como valor universal, a democracia com justiça social, como a forma de convivência entre os contrários, como a forma de resolver os conflitos na sociedade e como a forma de levar bem-estar para nossa gente."
O ministro sergipano dividiu o palco com o ex-presidente uruguaio, Pepe Mujica, a vice-presidenta da Colômbia, Francia Márques, a ministra da Secretaria da Presidência da Bolívia, Maria Nela Prada, parlamentares e intelectuais.
Macedo conversou reservadamente com Mujica, um dos grandes destaques da jornada. Disse que o presidente Lula mandou um abraço ao amigo ex-presidente do Uruguai e explicou que não pôde ir por compromissos anteriormente assumidos no Rio de Janeiro. O ministro falou da admiração que tem por Mujica por continuar na estrada dialogando com todos os setores na defesa da democracia e pela integração da América Latina. Pepe Mujica ressaltou a necessidade de maior integração dos movimentos de massa pelos valores democráticos e que é fundamental a relação dos governos com a sociedade civil organizada, como o governo brasileiro tem feito.
FaxAju